Você tem medo do escuro?
Um dos maiores medos ainda continua sendo o da Morte, a derradeira “escuridão desconhecida”. Contudo, até mesmo a Morte você pode conhecer intimamente e compreendê-la, aqui e agora. Tudo o que se tem a fazer é escutar a noite.
A mensagem do Anjo da Morte é carregada pela brisa fresca que vem de lugar nenhum. Seu sussurro exige audição. Ele permeia a nossa memória coletiva com uma Verdade que é inegável.
Muitos tentam “racionalizar” seu sussurro como sendo coincidência ou loucura. Lembre-se do que é realmente a “coincidência”. Sinais sucessivos tentam desesperadamente ganhar a sua atenção. E a loucura? Bem, a loucura é nada mais do que lembrar muito e não saber como comprovar essa memória no dia a dia; a “loucura” cessa quando a compreensão e a aceitação começam.
A humanidade tem um longo caminho até que compreenda a verdadeira natureza da Morte. A Morte não é a portadora da dor; a Morte é a libertação da dor. A Morte não quer as suas lágrimas de sofrimento, nem merece a sua raiva. Você a ataca simplesmente por má compreensão, que se desenvolve em medo e aversão. O Anjo da Morte sabe que Ele é o único que verdadeiramente se lamenta.
A Morte não exige sacrifícios de inocentes. Nenhuma alma precisa acompanhar outra destinada à eternidade, como certas doutrinas acreditavam. Cada um parte em sua própria hora, e ninguém a favor de outro, a não ser que assim seja julgado. E não somos nós que fazemos tal julgamento.
A Morte não é o que você vê nos noticiários. A Morte não é brutalidade, violação, assassinato, suicídio, mutilação ou outras coisas perpetradas por um ser humano contra outro; isso é a vida, não a Morte! Morrer é deixar a carne e tudo o que a carne recebe e emite. Morrer é algo que todos nós temos feito anteriormente e que a maioria fará muitas e muitas vezes. O modo pelo qual morremos não é a escolha de Azrael. É por acaso ou predeterminado (dependendo de como você vê a criação) como o modo pelo qual viemos a este mundo. Como viemos ou iremos não importa; o que fazemos entre um e outro é o que conta.
A humanidade deve reaprender a sentir seus pensamentos e não simplesmente pensá-los. Devemos novamente agir conforme o que sentimos ser a verdade e não de acordo com o que os outros nos impõem.
Em essência, devemos nos reconectar com o nosso Eu espiritual em todos os níveis da vida, e não somente por breves momentos de meditação. Então seremos capazes de sentir novamente e de lembrar quem ou o que de fato nós somos. Na luz de tal revelação, não haverá motivo para temer. Em vez disso, descobriremos o lado “escuro” de nós mesmos e iremos perceber que isso é o que perdemos em nossas vidas; que essa escuridão é uma parte necessária e bela de nosso Ser, sem a qual estaríamos separados para sempre de nosso verdadeiro Eu e de nosso propósito final.
Isso é a essência da dualidade; a importância do equilíbrio. A fim de crescermos juntos com essa dualidade de volta à Unidade, devemos atingir um equilíbrio equivalente conosco mesmo até o ponto em que as metades do dualismo não possam ser distinguidas uma da outra. Todos os pensamentos e emoções se tornam bem misturados de maneira inequívoca. De fato, a porção “espiritual” de nossa dualidade se torna sensivelmente humana e o lado humano, astral. Isso é algo que às vezes “nós” podemos compreender muito bem; nunca é algo fácil e sem esforço. Apesar de que – se alguma vez já esperamos, tanto pessoalmente como coletivamente – findar o ciclo de nascimento, morte e renascimento fora da carne seja algo que devemos aprender a fazer. E aprendemos prestando atenção aos vislumbres fugazes da memória de quem ou o que de fato somos, até que a memória se torne a única força a guiar nosso propósito.
No entanto, estar aqui e agora em forma humana, crescendo junto com sua dualidade, pode provar ser uma experiência um tanto desconcertante, um tipo de loucura que rompe com o sistema sináptico humano, colocando a mente contra a emoção e a carne contra o espírito. A expressão limitada do ego luta contra a expansão de sua natureza; o ego logo percebe que é uma “parte” muito pequena de “si mesmo” e finalmente é consumido por sua parte maior. De fato, a personalidade é absorvida na união que a dualidade, por fim, se torna.
Leilah Wendell
Tradução: Adriano Camargo Monteiro
Edição nº 1, Ano 11/11.
Pagina 57
Muito bom, sendo esclarecedor
Evoeh
Gratidão Mestre Aldebaran, Evoeh!