Por Delphos Ankh-Af
Ser uma bruxa solitária é como dançar ao ritmo único e misterioso da própria alma. É um caminho escolhido por alguns, uma jornada que se distancia das tradições e convenções do mundo mágico. Ao optar por trilhar essa senda, a bruxa solitária encontra um espaço onde sua essência floresce livremente, sem restrições impostas por superiores ou dogmas.
Na solidão, ela encontra uma conexão íntima com a natureza e com as forças que a cercam. Seus dias são permeados por uma introspecção profunda e uma busca sincera pelo conhecimento esotérico. Cada árvore, planta e pedra torna-se um companheiro, um guia para desvendar os mistérios do universo.
A bruxa solitária vive em harmonia com as fases da lua, que se tornam suas aliadas e fonte de poder. Ela aprende a fluir com as marés da vida, compreendendo que tudo possui uma cadência, uma razão de ser. Seus rituais são momentos de confiança, e ela não precisa seguir regras preestabelecidas, mas sim seguir a intuição que brota de seu ser.
Embora solitária, a bruxa não se sente só, pois sua magia a conecta a dimensões que transcendem o plano físico. Ela entende que a energia flui por tudo e todos, e sua habilidade em manipulá-la se expande à medida que cresce sua consciência sobre si mesmo e o mundo que a circunda.
Na solidão, ela também enfrenta desafios. A ausência de uma comunidade de bruxas (coven) pode ser difícil, especialmente quando buscamos compartilhar nossas experiências e aprender com os outros. Contudo, a bruxa solitária descobre que o universo sempre responde a seus anseios, e através de sonhos, sincronicidades e encontros casuais, ela encontra ensinamentos valiosos que a impulsionam em seu caminho.
O isolamento é, por vezes, um presente, pois permite que ela explore suas sombras e desvende aspectos ocultos de si mesmo. Ela abraça seus medos e traumas com coragem, envolvendo-os em degraus na escada de sua evolução pessoal.
Ser uma bruxa solitária não significa que ela nunca irá se conectar com outros praticantes ou que nunca participará de rituais coletivos. Ela tem a liberdade de escolher quando e como se envolver, optando por momentos de reclusão e momentos de partilha com outros seres que compreendem sua caminhada singular.
No fim das contas, a bruxa solitária abraça sua individualidade, aprende a confiar em sua intuição e a abraçar sua própria magia. Ela é a guardiã de seu destino e das energias que invoca. Seu coração é seu caldeirão, onde ela mistura ingredientes sagrados para criar sua própria jornada mágica.
E assim, a bruxa solitária segue seu caminho, sem trilhas pré-estabelecidas, mas com a certeza de que seu coração e alma são seus guias mais vigiam em sua busca pela sabedoria ancestral e pela conexão com o divino.
Evoeh!